Brasília — A nova Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), instalada em agosto de 2025 para apurar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tem um custo estimado de R$ 200 mil aos cofres públicos, de acordo com o requerimento que propôs sua criação.
Esse valor cobre previsão de despesas administrativas, de pessoal de apoio, deslocamentos, diárias, consultorias técnicas, organização de sessões e convocação de testemunhas. Mas trata-se apenas de estimativa inicial — custos reais poderão divergir, dependendo da intensidade e duração dos trabalhos.
Comparativos: o que mostram outras CPIs
Para avaliar se esse valor estimado é alto ou baixo, é útil olhar para CPIs recentes do Brasil:
CPI da Covid-19 (2021):
Durante seu funcionamento, observou-se um aumento expressivo nos gastos dos senadores em razão da comissão. Entre abril e julho de 2021, os 18 senadores que integravam a CPI gastaram juntos cerca de R$ 1.770.858,39 somente com a cota parlamentar nesse período, contra cerca de R$ 1.056.651,53 no mesmo período do ano anterior, sem CPI em curso. Metrópoles
Só um deputado, Omar Aziz (então presidente da CPI), já gastou mais de R$ 220 mil no mesmo intervalo com despesas pessoais para a comissão, incluindo consultoria de comunicação. Metrópoles
Outros casos:
Há dados que mostram empenhos milionários de emendas parlamentares ligados a CPIs ou à atuação política durante CPIs. Por exemplo, durante a CPI da Covid houve levantamento de que determinados senadores teriam recebido repasses – via emendas – de mais de R$ 600 milhões no conjunto, para obras ou projetos indicados, embora tais valores não sejam estritamente o “custo direto da CPI”, mas sim despesas políticas correlatas.
Análise: por que o estimado de R$ 200 mil pode estar subdimensionado?
A partir dos comparativos:
1- Amplitude de trabalhos: se a CPMI do INSS fizer várias oitivas, com convocação de testemunhas de fora de Brasília, deslocamentos e possibilidade de produzir relatórios técnicos, o valor estimado pode aumentar substancialmente.
2- Custo de pessoal especializado: consultorias, técnicos, peritos — muitas vezes usados em investigações complexas — tendem a elevar custos.
3- Diárias e passagens: membros da comissão, servidores e peritos podem incorrer em muitos deslocamentos. Quanto maior for a extensão territorial ou complexidade das diligências, maior será essa despesa.
4- Tempo de duração: CPIs prorrogadas ou com trabalhos estendidos têm custos acumulados. O estimado de R$ 200 mil pode ser suficiente apenas para um período inicial modesto.
Conclusão provisória
O orçamento estimado de R$ 200 mil para a CPMI do INSS parece modesto, quando comparado aos custos observados em CPIs passadas, sobretudo a da Covid-19, que envolveu gastos muito maiores em me-ses relativamente curtos. Se esta nova comissão mantiver ritmo intenso de trabalho ou demandar muitos deslocamentos/sessões externas, é provável que os custos ultrapassem o valor inicial estimado.
🗒️ Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins
✍️ Da Redação | Metrópoles
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