Lideranças femininas estão na linha de frente das lutas sócio-político-culturais dos quilombos do Ceará. Presentes no litoral, serra, sertão e região metropolitana, elas assumem o protagonismo em comunidades que ainda buscam por direitos básicos.

O Estado do Ceará tem quilombo? Cristina, Socorro, Cleomar e Maria responderão quantas vezes for preciso que sim. Mulheres negras e quilombolas, elas exercem cargos de liderança nas comunidades as quais estão vinculadas, em quatro geografias diferentes: região metropolitana, serra, litoral e sertão. E num processo de autoafirmação, resistem à tentativa de apagamento de suas narrativas ancestrais, levantando a voz para contar “a história que a história não conta”. 

Se a “Terra da Luz” é assim reconhecida por um movimento abolicionista pioneiro em relação ao Brasil, afinal data de 25 de março de 1884 a Abolição em nossa província, quatro anos antes da Lei Áurea, há muito ainda que se discutir sobre as “correntes simbólicas” arrastadas ao longo dos últimos anos por negras e negros cearenses.

As raízes negra e quilombola que as unem ultrapassam a data-marco para o movimento - 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, transformado no Dia da Consciência Negra - e encontram tempo e espaço em diferentes gerações de Marias, Mahins, Marielles, Malês. Chegou, então, a vez de ouvi-las, a começar pelas cearenses.

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Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Fonte: Roberta Souza/Diário do Nordeste

Foto: Helene Santos