Segundo dados das Nações Unidas, 1 bilhão e 300 milhões de toneladas de alimentos produzidos no planeta são jogados no lixo, o que representa cerca de 30% da produção mundial.

Todo ano, o mundo joga fora 1,3 bilhão de toneladas de alimentos; 30% são frutas, verduras e legumes considerados fora do padrão, basicamente por causa da aparência, e só da aparência.

É por isso que vale a pena a gente mostrar quem se esforça para acabar com esse desperdício absurdo.

A Daniela chama atenção quando chega. É que ela tem uma quedinha por “tipos estranhos”.


“Essa laranja, por exemplo, ela ficou um pouquinho manchada, as pessoas não vão querer. Só que essa laranja por dentro ela está perfeita”, diz a empresária Daniela Leite, coordenadora do projeto Comida Invisível.

Para a Alice, fruta tem que ser amor à primeira vista.

“Pelo brilho que ela tem aqui, se ela está firme, geralmente essas mais enferrujadinhas são as mais doces”, explica a dona de casa Alice de Paula.

Para a Laurinda tem que ter pele de pêssego:

“A casca é lisinha, esta aqui é de boa qualidade”.

Se não, sem chance.

“Tem muitos aqui que não dá para comer”.

Mas tem quem queira o que a maioria despreza. Afinal, a gente não está falando de comida estragada, mas de frutas fora do padrão estético.

Tratadas como lixo por muitos anos, elas chegaram de pequenos produtores do interior. Não demora muito, já vão renovando a autoestima. Selecionadas, cuidadas, embaladas e enviadas para quem sabe o valor que elas têm.

“A gente pensou: ‘Como a gente vai conseguir fazer as pessoas comprarem isso?’. Mas depois a gente foi com uma abordagem muito mais de olhar pessoal. Esse problema existe, olha a desperdício. A recepção foi muito boa”, disse Roberto Matsuda, fundador do site Fruta Imperfeita.

Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Fonte: Jornal Nacional

Foto: Reprodução