Entre os moradores, 70% têm o desejo de abrir ou expandir suas iniciativas

Com cerca de 16,4 milhões de moradores, as favelas brasileiras movimentar cerca de R$ 202 bilhões em renda própria por ano. Esse potencial de consumo é um dos principais incentivos para que os moradores optem por empreender, buscando criar negócios dentro das próprias comunidades. Segundo dados do Data Favela, 5,2 milhões já mantêm negócios próprios, e cerca de 70% têm o desejo de abrir ou expandir suas iniciativas.

Bares, lanchonetes, padarias e marmitarias são as principais opções de negócios, correspondendo a 15% do total de empreendimentos. Apesar do alto número de empreendedores, apenas 37% desses negócios estão formalizados, o que limita o acesso a crédito e a investimentos necessários para crescerem.


Para apoiar e estruturar esses empreendimentos, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) criou núcleos dedicados a ajudar os pequenos empresários de cinco favelas brasileiras — Vergel do Lago (Maceió), Aglomerado da Serra (Belo Horizonte), Bairro da Paz (Salvador), Vila Torres (Curitiba) e Campo Limpo (São Paulo). Esses núcleos fornecem suporte técnico, treinamento e parcerias estratégicas, ajudando os empreendedores a formalizarem seus negócios e desenvolverem habilidades de gestão.

“O objetivo é quebrar a barreira entre os empreendedores da favela e o mercado formal, dando a eles ferramentas e capacitação. Mapear as dificuldades e propor soluções juntos é fundamental para ajudar esses negócios a prosperarem”, afirma Cris do Morro, líder de parcerias com as favelas na Abrasel.

No núcleo do Bairro da Paz, em Salvador, a Abrasel firmou parcerias com consultorias para qualificar os empreendedores locais. Jair do Carmo, coordenador do núcleo e proprietário da Planeta Pizza, destaca a importância da educação para o sucesso dos negócios: “A base de tudo é educação. Muitos estão estudando contabilidade, gestão financeira e legislação fiscal. Esse apoio ajuda os empreendedores a entenderem o lado analítico de suas empresas e a tomarem decisões mais sólidas.”


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Da Redação

Fonte: Portal | Mercado & Consumo

Foto/Imagem: Reprodução