O balanço das ações de fiscalização dos auditores do trabalho para combater o trabalho infantil foi atualizado com dados de janeiro a setembro deste ano e os números seguem preocupantes. No Ceará, 139 crianças e adolescentes foram flagrados em situação de trabalho infantil neste ano. É um caso a cada dois dias.

Eles estão nos “lixões”, bares, restaurantes, construção civil e até exploradas sexualmente em atividades financeiras criminosas. Nos primeiros nove meses do ano foram realizadas 141 fiscalizações, das quais 120 avançaram para autos de infração.

FALTA COMUNICAÇÃO NO COMBATE AO ACIDENTE DE TRABALHO

O acidente de trabalho envolvendo crianças e adolescentes é uma tragédia que “grita” dentro da outra. “Além de não poderem estar exercendo trabalho, a não ser na condição de aprendiz em atividades reguladas, essas crianças e adolescentes estão sujeitas a diversas situações, afirma Arêa.

De acordo com dados do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), o Brasil registrou 29.785 acidentes graves de trabalho (foram 633 somente no Ceará) envolvendo crianças e adolescentes. Desse montante foram registradas 290 mortes.

NÃO DAR RESPOSTA "VAI PARECER UMA AGRESSÃO"

Um dos maiores gargalos, de acordo com a Auditoria de Fiscalização do Trabalho, é esta falta de comunicação entre os órgãos. Ela, por sua vez, parece a ponta do iceberg de um trabalho em rede que não funciona a contento.

“Era para existir uma rede de fluxo contínuo. Tem a fiscalização, a empresa é penalizada, mas é necessária uma resposta dos governos, seja municipal, estadual ou federal, para fazer o trabalho assistencial posterior. Tirar a criança do trabalho infantil e não dar uma resposta a ela vai parecer uma agressão”, explica Arêa.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Da Redação

Fonte: Diário do Nordeste 

Foto: Reprodução