Em 28 de maio são comemorados o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional pela Redução da Mortalidade Materna. A data convida a refletir sobre as desigualdades de gênero e sociais no Brasil, intensificadas pela pandemia e afetando principalmente as mulheres negras e pobres. As mulheres estão entre as mais afetadas porque estão mais expostas ao risco de contaminação e as vulnerabilidades sociais como desemprego, violência, falta de acesso aos serviços de saúde e aumento da pobreza. 

A mortalidade materna é um indicador importante da qualidade da saúde da população, fortemente influenciada pelas condições socioeconômicas. Dados do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19) apontam que o número de mortes de grávidas e puérperas – mães de recém-nascidos – por Covid-19 aumentou 145,4% na média semanal de 2021, em relação à média semanal de 2020. 

A mulher negra é a que mais morre no Brasil. Dados de um estudo brasileiro de 2020, publicado na área de “Doenças Clínicas Infecciosas” da Oxford Academic apontam que “a mortalidade materna em mulheres negras devido à Covid-19 foi quase duas vezes maior que a observada em mulheres brancas”. São 65% de morte materna de mulheres negras contra 31% de brancas.

A conselheira nacional de Saúde e coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (Cismu) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Vanja dos Santos, explica que a insuficiência dos investimentos para a saúde das mulheres no Brasil, reflete nos índices alarmantes em relação a doenças que afetam as mulheres.

Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (Cismu)

O CNS conta com a Cismu que acompanha as políticas de saúde sob a perspectiva da atenção às mulheres. Atua na garantia às mulheres do respeito aos direitos humanos, direitos sexuais, direitos reprodutivos e sua autonomia como cidadãs na execução dos serviços do SUS. 

A comissão luta pela implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher a partir das deliberações da 2ª Conferência de Saúde das Mulheres (2ªCNSMu), realizada em agosto de 2018. A Cismu é composta por conselheiros e conselheiras nacionais de saúde e representantes de entidades que atuam na temática relativas à mulher.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Da Redação

Fonte: Ascom CNS com informações da Agência Brasil

Foto: Divulgação/Mama Ekos