O percentual de famílias pernambucanas endividadas teve crescimento entre janeiro e fevereiro, passando de 78,1% para 79,3% na variação mensal. Esse é o pior resultado para os meses de fevereiro desde 2010, quando foi iniciada a série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). Este é também o maior índice entre os meses desde julho de 2011, quando o percentual foi de 81,3%. 

Os números comprovam as dificuldades e o período de restrição financeira para as famílias do estado no início do ano, principalmente por conta do fim de programas emergenciais, além do ritmo lento da geração de empregos e da inflação.

O resultado por tipo de dívida mostra que o cartão de crédito continua sendo o mais apontado, atingindo 94%, apresentando alta em relação a janeiro, quando o percentual foi de 93,9%. O endividamento com carnês aparece em seguida, com 20,1% ante 17,2% no mês anterior. A maioria das famílias endividadas (57,4%) informam também que as dívidas comprometem entre 11% e 50% da renda, o comprometimento médio em janeiro de 2021 atingiu 28,9% da renda.

O orçamento das famílias pernambucanas vem sofrendo restrições ainda maiores por conta também do período de incentivos ao consumo, no final do ano, como em novembro e dezembro, e pelo aumento das despesas no começo do ano. Além disso, setores que demandam muita mão de obra estão sofrendo os impactos da pandemia do coronavírus, como é o caso do comércio, serviço e turismo, fazendo com que o mercado de trabalho demore ainda mais para reagir. 

A perspectiva para março é da continuidade da elevação do endividamento, já que as restrições no orçamento devem ser mantidas, com o pagamento de impostos, reajustes dos serviços e compra de material escolar. Porém, os índices podem amenizar caso o novo auxílio seja aprovado e concedido ainda em março de 2021.


Pesquisa, Redação e Edição: Carlos Martins

Da Redação

Fonte: Diário de Pernambuco

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